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O Desafio da Integração Curricular em Tecnologia Arte Educacional - *Prof. W. A. dos Santos

Diante das tecnologias contemporâneas, novos desafios surgem para a prática educacional. O profissional do ensino de arte, o educador artístico, deve procurar aproveitar todas as ferramentas possíveis para a produção e educação em arte. Tanto os materiais considerados antigos (lápis, pincel, papel, argila, tesoura, cola, sucatas e outros), como as novas tecnologias da imagem (Santos, 2003).
O espaço escolar deve favorecer as experiências para o ato de criar. A capacidade de criação é inerente a todas as pessoas, porém, alguns as têm mais estimuladas que outros. Nesse sentido, a atividade de ensino de arte, principalmente, e, com outras disciplinas, favoreceria o fortalecimento dessa capacidade. Justamente aí que se pode perceber a importância das ferramentas tecnológicas. As novas tecnologias são ferramentas da inteligência, da criatividade (Levy, 1999).
Quando se fala em ensino de arte se entende: uso de metodologias próprias, conteúdos específicos. Diante disto pode-se falar, também, numa tecnologia arte educacional, ou seja, uma tecnologia destinada a auxiliar o professor de artes nos seus objetivos gerais e específicos a saber: DVD, filmadora digital, programas de pintura digital, de criação de web, e-mails, computadores, internet, web cam e outras.
Daqui para frente surgem os problemas. Os professores de arte estão preparados para utilizarem as ferramentas tecnológicas? Eles estão tendo a oportunidade de, na sua formação inicial, discutir e propor projetos utilizando essas ferramentas?
Observa-se o imperativo de existir uma verdadeira alfabetização tecnológica por parte dos professores; no caso de professores de arte, estes devem se apropriar dessas ferramentas integrando-as ao seu cotidiano de trabalho arte pedagógico (Sampaio, 2000).
Os professores devem perder o receio de trabalhar com as novas ferramentas e transformá-las em ferramentas emancipadoras (Gómez, 2004).
A pergunta central é: Como usar as ferramentas tecnológicas de forma que, os educandos do Ensino Fundamental e Médio, se apropriem delas criativamente?
A resposta é simples e, ao mesmo tempo, difícil. Simples porque significa uma mudança de concepção sobre tecnologia e educação. E essa mudança se torna fácil diante dos argumentos balizados dos pesquisadores em educação da atualidade. A resposta, por outro lado, é difícil no que tange a operacionalização, pois, tendo uma concepção acertada sobre tecnologia, resta, ao professor, a ação didática em arte e tecnologia. E essa ação só será possível através da capacitação continuada, ou seja, o professor de arte deve se instrumentalizar, aprender a usar criativa e didaticamente a tecnologia contemporânea de imagem digital.
Há pesquisa, por exemplo, que indica a internet como forma de trabalho colaborativo em ensino de arte (Callegaro,1999), possibilitando uma nova forma de interação pedagógico-artística on-line, onde os educandos do Ensino Básico podem trabalhar com outros, em várias regiões do país e do mundo.
Ante a realidade da sociedade da informação e comunicação, que se vive atualmente, o professor de arte continua arauto da ação arte educativa, porém, dentro de uma nova perspectiva que se abre: a de educador artístico tecnológico.


*Professor Universitário-UFG/CEPAE, Artes Plásticas, Arteterapeuta, Doutorando em Ciências da Educação.Coordenador do Grupo de Pesquisa Digital Power – Novas Tecnologias Aplicadas ao Ensino de Artes Visuais.


Referências Bibliográficas:


CALLEGARO, T. Ensino de Arte e os Projetos Colaborativos via Internet. Tese Doutoral, USP. São Paulo,1999.
LEVY, P. O Qué é Virtual. Editora 34. São Paulo, 1999.
GOMEZ, M. V. Educação em Rede. Uma visão emancipadora.Cortez, Instituto Paulo Freire, São Paulo, 2004.
SANTOS, W. Nuevas Tecnologias: pintura digital, digitalización y manipulación criativa del imagen aplicada en la formación del profesorado de Educación Artística. Revista Solta Voz, Volume 14 n.2, UFG/CEPAE. Goiânia/Go, 2003.
SAMPAIO, N., MARIZA L. Alfabetização Tecnológica do Professor. Ed. Vozes.Petropolis, RJ, 2000.
 

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